Évora e Loulé são as primeiras bases com serviço noturno. Tribunal de Contas exige multa milionária à empresa maltesa pelo atraso. A frota completa só estará operacional a 1 de novembro.A operação de emergência médica por via aérea em Portugal começa a normalizar-se. A partir da madrugada do próximo domingo, dois dos quatro helicópteros contratados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) à empresa maltesa Gulf Med vão, finalmente, passar a operar 24 horas por dia.
As bases contempladas com o serviço ininterrupto são as de Évora e Loulé, permitindo o transporte de doentes durante a noite, tal como previsto no contrato de concessão.
Apesar deste avanço, o arranque completo da frota está significativamente atrasado. A Gulf Med só garante a plena operacionalidade dos quatro aparelhos a partir de 1 de novembro. Até lá, o helicóptero de Macedo de Cavaleiros (Bragança) deverá ficar disponível a tempo inteiro no espaço de oito dias, sendo a base de Viseu a última a ter o seu aparelho a funcionar a 100%.
Enquanto a Gulf Med não cumpre integralmente o contrato, o serviço noturno na região Norte continuará a ser assegurado pela Força Aérea Portuguesa (FAP), a partir de Ovar.
Multa Milionária pelo Atraso
A polémica que envolve o concurso público, assinado a 19 de maio, intensifica-se com a intervenção do Tribunal de Contas (TdC). O TdC obrigou o INEM a aplicar uma multa pesada à Gulf Med pelo incumprimento. A frota deveria estar operacional 24h a 1 de julho, e o atraso no serviço está a custar à empresa maltesa mais de 190 mil euros por cada dia de incumprimento.
O contrato e os sucessivos atrasos levaram à substituição iminente do presidente do INEM, Sérgio Janeiro, pelo médico Luís Cabral.