Os ciberataques estão a registar uma aceleração sem precedentes e essa tendência é para continuar, segundo Joe Levy, CEO da Sophos, em declarações proferidas à agência Lusa. O responsável da empresa líder em cibersegurança sublinhou o papel ambivalente da Inteligência Artificial (IA) neste novo panorama: apesar de ser um motor para as ameaças, é também a ferramenta mais essencial para o combate.

De acordo com Levy, a IA generativa está a ser rapidamente adotada por grupos de cibercrime, permitindo-lhes automatizar e escalar ataques de phishing e engenharia social com uma precisão e personalização nunca antes vistas. “A IA democratizou capacidades avançadas, tornando mais fácil e barato para os atacantes lançarem campanhas vastas e complexas”, afirmou.

No entanto, o CEO da Sophos realça que a mesma tecnologia é a principal linha de defesa. A IA está no centro das soluções de segurança para detetar anomalias, bloquear executáveis maliciosos e automatizar a resposta a incidentes numa velocidade que os analistas humanos, isoladamente, não conseguiriam igualar.

“Não podemos fugir à IA; temos de abraçá-la. A nossa prioridade é garantir que as nossas defesas baseadas em IA são sempre mais rápidas e sofisticadas do que as ferramentas que os criminosos estão a utilizar”, explicou Joe Levy.

A mensagem central da Sophos para as organizações é clara: a resposta humana é vital, mas deve ser complementada por plataformas de segurança abertas e adaptáveis, impulsionadas por IA, para transformar esta ameaça existencial numa oportunidade de fortalecimento organizacional. A chave do sucesso na cibersegurança reside em navegar com sucesso este "dilema da IA".