Sindicatos Alertam Para Desvalorização Crónica em IPSS: Salários Baixos Causam Envelhecimento e Fuga de Profissionais
Os sindicatos representativos dos trabalhadores de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) vieram a público esta semana denunciar a precariedade e a desvalorização que afetam os seus profissionais, exigindo medidas urgentes ao Governo.
As três prioridades sindicais passam pela valorização das carreiras, um aumento mensal substancial de 150 euros e a adoção de semanas de trabalho de 35 horas. A sindicalista destacou que estes trabalhadores, cuja média de idades se situa entre os 50 e os 55 anos, são essenciais, mas muitos vivem "abaixo do limiar da pobreza", urgindo o Governo a intervir para reverter o envelhecimento da força de trabalho.
A disparidade salarial face à Função Pública é um ponto central de discórdia, particularmente no setor da enfermagem. Rui Marroni, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, explicou que, apesar dos aumentos na administração pública, os enfermeiros das IPSS não tiveram a mesma progressão, resultando em "salários baixíssimos" e uma "grande rotatividade". Esta desvalorização afeta não só lares e unidades de cuidados continuados, mas também valências de saúde mais complexas dentro das IPSS.
A situação estende-se a outros técnicos superiores. Pedro Faria, do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Solidariedade e Segurança Social, ilustrou o fosso salarial: o salário de ingresso atual para técnicos superiores e enfermeiros nas IPSS é de 1.150 euros, contrastando com os 1.610 euros previstos para o início de carreira dos enfermeiros da administração pública a partir de 2026 – uma diferença que pode chegar a quase 500 euros no salário base. Os sindicatos apelam a uma rápida correção destas desigualdades para garantir a qualidade.