O Ministério Público acusa o presidente da Câmara de Santo Tirso, Alberto Costa (PS), e dois ex-vereadores de terem usado automóveis da autarquia para fins pessoais. O caso, que está a ser julgado no Tribunal de Matosinhos, envolve alegados crimes de peculato e abuso de poder.

De acordo com o processo, entre 2017 e 2019, Alberto Costa — então vice-presidente da Câmara —, José Pedro Machado e Tiago Araújo terão utilizado carros municipais para deslocações não relacionadas com o serviço, incluindo idas a restaurantes, supermercados e viagens aos fins de semana e feriados.

O MP sustenta que os três atuaram segundo “um plano previamente gizado”, tratando os veículos “como se lhes pertencessem”. A acusação inclui ainda a utilização de combustíveis e portagens pagos pela autarquia em deslocações pessoais.

José Pedro Machado enfrenta também um crime adicional de participação económica em negócio, por alegadamente ter beneficiado de uma estadia de duas noites num hotel em Portimão, paga pela Câmara, durante uma deslocação oficial que aproveitou para levar a família.

O Ministério Público pede a devolução de valores ao Estado: 892,75 euros por parte de Alberto Costa, 637,95 euros de José Pedro Machado e 287,95 euros de Tiago Araújo.

A investigação teve origem numa denúncia anónima e encontra-se atualmente em fase de instrução. A próxima sessão está marcada para 12 de novembro, às 15h.

Em reação à agência Lusa, Alberto Costa afirmou estar “de consciência tranquila” e que confia na justiça. “Trata-se de um processo de 2018, relativo a factos do tempo em que era vereador. Estou focado na gestão autárquica e aguardarei com serenidade a decisão dos tribunais”, declarou.

Os ex-vereadores não prestaram, até ao momento, qualquer comentário.

Fonte - Agência Lusa