A falta de professores atinge o 1.º Ciclo em Portugal, com o problema a ser particularmente agudo na região de Lisboa. Um caso paradigmático na Escola Básica Luz-Carnide, no Agrupamento de Escolas Virgílio Ferreira, ilustra o drama: crianças que iniciaram o 1.º ano em setembro, como a pequena Melissa, estão sem professor titular, sendo por isso distribuídas e misturadas por turmas de 4.º ano e outras salas, comprometendo o seu processo de aprendizagem.A docente inicial pediu mobilidade e a substituta entrou de baixa, mas a escola não tem conseguido contratar novos profissionais por falta de candidatos com a habilitação necessária.
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) estima que o problema afete 133 turmas do 1.º ciclo em todo o país, um número que corresponde a cerca de 3.325 alunos a receberem um ensino intermitente ou inadequado. Os pais, preocupados com a interrupção das aprendizagens essenciais, como as letras e ditongos, relatam que o entusiasmo inicial dos filhos deu lugar à ansiedade de não saberem onde irão passar o dia letivo.