Rui Patrício, um dos maiores guarda-redes da história do futebol português, anunciou esta sexta-feira que chegou ao fim a sua carreira profissional. Aos 37 anos, o internacional português explicou que esta era “a altura certa” para pendurar as luvas, apesar de ainda ter propostas para continuar a jogar.
“É um dia marcante na minha vida. Podia ter continuado, tive convites, mas queria terminar agora. Comecei muito cedo e quero dedicar-me a outras coisas”, afirmou, emocionado, na cerimónia realizada na Cidade do Futebol, em Oeiras.
O antigo guardião deixa um legado difícil de igualar: campeão europeu em 2016, vencedor da Liga das Nações em 2019 e dono do recorde de 108 internacionalizações como guarda-redes de Portugal. No Museu da Federação Portuguesa de Futebol, ficaram agora expostas as suas luvas e chuteiras usadas na final do Euro2016 — símbolo máximo de uma carreira de excelência.
Rui Patrício recebeu ainda a medalha de mérito da FPF, entregue por Pedro Proença, que o classificou como “uma lenda do futebol português”. O presidente da Federação confirmou que o ex-guardião continuará ligado ao organismo, em novas funções.
O momento mais marcante da carreira, revelou Patrício, surgiu no Euro2016, na defesa monumental ao cabeceamento de Griezmann, que segurou o empate antes do golo histórico de Éder. “Foi a defesa com mais impacto da minha carreira”, disse.
Depois de passagens por Sporting, Wolverhampton, Roma, Atalanta e Al Ain, Rui Patrício prepara agora uma nova etapa: estar com a família. “Vou à festa de Natal dos meus filhos, algo que nunca pude fazer”, confessou, sorrindo.
A cerimónia contou com vídeos emocionantes, família, antigos colegas e grandes nomes do futebol português. Paulo Bento, o treinador que lançou Rui Patrício, destacou o “profissionalismo tremendo” do guardião, enquanto Fernando Santos sublinhou que foi “um dos líderes do balneário” e peça decisiva nas conquistas internacionais.
Sem clube desde junho, Rui Patrício despede-se com 467 jogos pelo Sporting, vários títulos nacionais e um estatuto intocável no futebol português. “Acabo a carreira orgulhoso. Joguei onde tinha de jogar”, rematou.
Fonte: Lusa