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Metade dos Reformados Sobrevive com Menos de 462€: Banco de Portugal Lança Alerta Sobre Desigualdades nas Pensões
Publicado em 12/12/2025 16:13
Nacional

Um retrato preocupante das pensões em Portugal: metade dos pensionistas de velhice recebe menos de 462 euros por mês. A conclusão é de uma análise do Banco de Portugal (BdP), que revela uma disparidade profunda nos rendimentos da população reformada, apesar de a média oficial se situar nos 645 euros.

O estudo, baseado em microdados da Segurança Social de 2024, mostra uma desigualdade marcante: enquanto metade recebe valores muito baixos, apenas 5% conseguem ultrapassar os 1.685 euros mensais. Segundo as economistas Cláudia Braz, Sharmin Sazedj e Lara Wemans, a distribuição é fortemente assimétrica, com a maioria dos pensionistas a viver com montantes bastante inferiores à média anunciada.

A análise expõe ainda diferenças significativas entre homens e mulheres. Em 2024, a pensão média feminina era de apenas 490 euros, muito abaixo dos 812 euros atribuídos, em média, aos homens — uma diferença que chega aos 40%. Mesmo considerando pensões acumuladas (velhice + sobrevivência), a desigualdade de género mantém-se elevada, embora tenha vindo a diminuir nos últimos anos devido à maior participação das mulheres no mercado de trabalho e ao aumento das carreiras contributivas.

No total, Portugal contava com 2,5 milhões de pensionistas de velhice: dois milhões integrados na Segurança Social e 440 mil na Caixa Geral de Aposentações. A idade média dos reformados era de 75 anos, sendo as mulheres, em média, 15 meses mais velhas — reflexo da sua maior esperança de vida.

O estudo destaca ainda que os pensionistas mais idosos são também os que recebem pensões mais baixas. Quem tem menos de 65 anos recebe, em média, cerca de 770 euros, mas o valor desce para 537 euros entre os que têm mais de 80 anos. Para os economistas, esta tendência pode estar relacionada com carreiras contributivas mais longas e rendimentos declarados mais elevados entre os novos pensionistas.

Um dado que sobressai: 40% dos pensionistas — cerca de 804 mil pessoas — vivem com a pensão mínima, valor calculado com base no número de anos de descontos.

 

O Banco de Portugal deixa um aviso claro: apesar de algumas melhorias, as desigualdades persistem e atingem principalmente mulheres e idosos em faixas etárias mais avançadas.

Fonte:Agência Lusa

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