Os estados-membros da União Europeia chegaram a um consenso crucial nesta sexta-feira para introduzir uma nova taxa de 3 euros sobre todas as encomendas de valor inferior a 150 euros que entrarem no bloco. A medida, que entrará em vigor em julho de 2026, visa sobretudo travar o volume recorde de importações, maioritariamente provenientes da China, através de grandes plataformas de comércio online.Fontes europeias indicam que o principal motor desta decisão é a escalada vertiginosa destas importações de baixo valor, que terão triplicado desde 2022, atingindo a marca impressionante de 4,6 mil milhões de encomendas em 2024.

O aumento exponencial do volume de pacotes, frequentemente associado ao crescimento de gigantes do e-commerce como a Temu e a Shein, está a gerar um colapso nos controlos alfandegários, o que facilita a entrada de produtos que não cumprem as rigorosas normas de segurança e qualidade europeias. Este cenário cria uma concorrência desleal direta para as empresas sediadas na UE.

A Comissão Europeia estima que uns impressionantes 91% dos 12 milhões de pacotes de baixo valor que chegam diariamente à União Europeia têm origem chinesa. A nova "taxa de eficiência aduaneira" de 3 euros é, por isso, um instrumento de defesa para restaurar o controlo nas fronteiras e proteger tanto os consumidores como o mercado interno europeu.