A Associação Sindical dos Profissionais do Corpo da Guarda Prisional (ASPCGP) iniciou esta terça-feira uma greve de quatro dias, em protesto contra aquilo que considera ser a contínua desvalorização da carreira e a falta de investimento no sistema prisional. A paralisação abrange todos os serviços da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) e decorre nos dias 16, 17, 20 e 21 de dezembro.

Em comunicado, o sindicato rejeita o recente entendimento anunciado pelo Governo, afirmando que não passa de uma manobra para esconder problemas antigos. A ASPCGP critica duramente a tutela, acusando-a de não ter uma visão estratégica para o setor e de insistir em soluções que não atacam o problema de fundo: a carência de recursos humanos, a má gestão e a perda de atratividade da profissão.

Segundo a estrutura sindical, medidas como a alteração dos limites de idade para ingresso na carreira e o alargamento do trabalho extraordinário não resolvem a crise instalada há anos nem devolvem motivação aos profissionais no ativo, muito menos atraem novos candidatos.

Apesar de outros sindicatos terem assinado um acordo com o Ministério da Justiça, que prevê a redução da idade mínima de entrada para os 18 anos, o aumento da idade máxima para os 35, o pagamento de mais horas extraordinárias e a simplificação dos processos de recrutamento, a ASPCGP considera estas mudanças insuficientes.

 O sindicato justifica a greve com a ausência de respostas rápidas e eficazes por parte da tutela, alertando para o acumular de problemas que afetam a segurança nas prisões e o futuro da carreira. Já o Ministério da Justiça garante estar a trabalhar num plano plurianual de recrutamentos e promoções para o período entre 2026 e 2029, em articulação com a DGRSP.

“Fonte: Jornal de Notícias”/ Imagem Rtp Madeira