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Montenegro avisa Bruxelas: Falhar acordo com Mercosul é "erro histórico e imperdoável"
Publicado em 19/12/2025 07:15
Nacional
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O Primeiro-Ministro português elevou o tom da diplomacia e defende que a União Europeia corre o risco de perder a relevância no Atlântico Sul se não fechar o tratado comercial com o bloco sul-americano.Num momento em que as negociações entre a União Europeia e o Mercosul parecem estar novamente num impasse, Luís Montenegro lançou um aviso contundente aos seus homólogos europeus. Para o chefe do Governo português, a incapacidade de concluir este acordo não é apenas uma oportunidade económica perdida, mas sim um fracasso estratégico que terá custos políticos de longo prazo para o projeto europeu.

O "Comboio" da Relevância Mundial

Montenegro argumenta que, enquanto a Europa hesita devido a pressões internas de setores agrícolas, outras potências — com destaque para a China — estão a consolidar a sua presença nos mercados da América Latina.

"Será imperdoável se não percebermos que o mundo não espera por nós," afirmou o Primeiro-Ministro, sublinhando que Portugal se recusa a aceitar novos adiamentos num processo que se arrasta há mais de duas décadas.

Portugal como a Ponte Atlântica

Para Lisboa, este acordo é vital. Portugal posiciona-se como o mediador natural entre os dois blocos, não só pela proximidade linguística com o Brasil, mas também pela infraestrutura portuária (como o Porto de Sines) que está preparada para servir de porta de entrada para as trocas comerciais.

Os principais pontos de discórdia continuam a ser:

Protecionismo Agrícola: A forte oposição francesa, que teme a entrada de carne sul-americana.

Salvaguardas Ambientais: A exigência europeia de compromissos claros contra a desflorestação da Amazónia.

Um ultimato à Comissão Europeia

A declaração de Montenegro surge numa altura crítica em que a Comissão Europeia tenta encontrar um equilíbrio entre as exigências dos produtores locais e a necessidade de expandir horizontes comerciais. Portugal lidera agora o grupo de países — onde se incluem também Espanha e Alemanha — que pressiona Bruxelas a isolar as resistências nacionais em prol de um benefício comum europeu.

 

A mensagem de Lisboa é clara: a credibilidade da União Europeia como parceiro comercial global está em jogo nestas negociações.

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