Os funcionários da Agência Lusa aprovaram, esta quinta-feira, o caderno reivindicativo para 2026, numa votação em plenário que revelou uma união quase unânime em torno da valorização salarial e da preocupação com o futuro da empresa. A principal exigência passa por um aumento mensal de 150 euros para todos os trabalhadores e pela fixação da base remuneratória (índice 100) nos 1.200 euros.Para além do reforço salarial, os sindicatos que representam os profissionais (SJ, SITE CSRA e Sitese) foram mandatados para negociar a revisão das diuturnidades e a redução progressiva do horário de trabalho. No entanto, o mal-estar na agência nacional de notícias não é apenas financeiro. Uma moção aprovada paralelamente aponta o dedo à administração pela "falha de informação" relativa ao novo plano de reestruturação e ao modelo de governação que está a ser desenhado.

Com o Estado a deter agora a totalidade do capital da empresa, os trabalhadores temem que a ausência de transparência nas alterações estatutárias possa comprometer a independência da agência. Na moção aprovada, sublinha-se a necessidade imperativa de blindar a Lusa face a possíveis ingerências do poder político, exigindo-se que o processo de modernização seja acompanhado por mecanismos de consulta efetiva a quem assegura o serviço público de informação diariamente.

Fonte: Lusa