O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou esta sexta-feira um reforço financeiro de quatro milhões de euros destinado a aumentar as vagas de acolhimento para pessoas em situação de sem-abrigo, numa altura em que os números voltam a subir de forma preocupante.
De acordo com o mais recente inquérito de caracterização, divulgado na quinta-feira, Portugal registou em 2024 um total de 14.476 pessoas em situação de sem-abrigo, mais 1.348 do que no ano anterior. Perante este cenário, o Governo reconhece a urgência de reforçar e requalificar os centros de alojamento temporário existentes.
Numa nota enviada às redações, o ministério explica que será publicado na próxima segunda-feira um aviso nacional no âmbito do programa PARES 3.0, que visa o alargamento da rede de equipamentos sociais. O financiamento destina-se a instituições que reúnam condições para criar novas respostas de acolhimento e melhorar as existentes.
A tutela sublinha que este apoio representa um reforço do compromisso do Estado com a inclusão social e a defesa dos direitos das pessoas em situação de sem-abrigo, destacando a importância do alojamento temporário como resposta imediata, segura e essencial para a transição para soluções habitacionais permanentes.
O retrato traçado pelo inquérito revela que a maioria das pessoas sem-abrigo em Portugal continental são homens portugueses, solteiros e com baixos níveis de escolaridade. Do total identificado, 9.403 vivem efetivamente na rua, enquanto 5.073 não têm casa, mas recorrem a soluções temporárias.
Lisboa, Alentejo e Norte concentram o maior número de casos, sendo particularmente preocupante a incidência de pessoas sem teto no interior do Alentejo e na região do Algarve.
Fonte: Jornal de Noticias