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Crise no setor têxtil: Polopiqué avança com 300 despedimentos e Stampdyeing enfrenta salários em atraso
Publicado em 30/08/2025 10:37
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O setor têxtil nacional atravessa um dos períodos mais delicados dos últimos anos, afetado por uma combinação de fatores externos e internos. Entre os casos mais recentes, destaca-se o grupo Polopiqué, sediado em Santo Tirso, que vai encerrar duas unidades de produção e dispensar cerca de 300 trabalhadores, e a empresa Stampdyeing, em Guimarães, onde cerca de 100 funcionários estão com salários em atraso após suspensão da atividade por corte no fornecimento de gás.

A Polopiqué, considerada uma das maiores empresas têxteis portuguesas, justifica a decisão com a necessidade de reestruturação da dívida e reorientação estratégica para áreas de maior rentabilidade. As unidades afetadas são de confeção de vestuário e tecelagem. Em comunicado, a empresa garantiu que os direitos laborais dos trabalhadores serão respeitados e adiantou que pretende reforçar a subcontratação para manter a qualidade dos seus produtos.

Já no caso da Stampdyeing, os trabalhadores viram a produção ser suspensa desde 24 de junho, na sequência do corte de gás por falta de pagamento. Apesar disso, compareceram ao trabalho até 14 de agosto, altura em que entraram em férias sem receber o salário de julho nem o subsídio de férias. A empresa deu início a um processo especial de revitalização, apresentado em tribunal, e é esperado que as operações sejam retomadas na próxima semana.

Concorrência chinesa e falta de ação da UE agravam crise

A crise não se limita a casos isolados. O setor como um todo enfrenta uma quebra acentuada na procura, agravada pela concorrência desleal de produtos importados da China, que têm inundado o mercado europeu a preços reduzidos. As associações do setor já pediram medidas urgentes à União Europeia, alertando para o risco de colapso de uma indústria com forte peso na economia nacional.

Outro fator de preocupação é o aumento das tarifas alfandegárias norte-americanas, que poderá afetar várias empresas portuguesas que exportam para os Estados Unidos. Produtos que antes beneficiavam de isenção ou taxas reduzidas passarão agora a estar sujeitos a tarifas de até 15%, o que pode reduzir ainda mais a competitividade do têxtil nacional.

 

Com este cenário, as associações empresariais e os sindicatos alertam para a urgência de apoio político e económico, sob pena de se perderem milhares de postos de trabalho num setor que continua a ser um dos pilares da indústria transformadora portuguesa.

Informações baseadas em notícias divulgadas por SIC Notícias e O Minho.

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