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Quase 21 mil doentes em risco de vida não tiveram socorro especializado em 2024
Publicado em 05/09/2025 09:47
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Quase 21 mil pessoas em situação crítica não receberam, no ano passado, o nível de socorro diferenciado do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que lhes era devido. A informação consta do relatório de atividades de 2024 e é avançada pelo jornal Público.

Apesar de terem sido classificados com prioridade máxima — situações graves que exigem suporte imediato ou avançado de vida — muitos destes doentes foram assistidos apenas por ambulâncias de emergência médica, tripuladas por técnicos com menos competências, em vez de equipas mais especializadas.

Segundo o relatório, em 2024 o INEM registou 148.251 ocorrências de prioridade 1. Porém, os meios diferenciados — viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER), ambulâncias de suporte imediato de vida (SIV) e helicópteros — foram acionados em apenas 127.290 situações, ficando quase 21 mil casos sem a resposta mais adequada.

A discrepância entre ocorrências críticas e meios especializados tem vindo a aumentar: eram 17.500 em 2022, 19 mil em 2023 e aproximaram-se dos 21 mil no último ano.

O documento revela ainda carências graves de pessoal: o INEM tem 1.304 trabalhadores, menos 709 do que os 2.013 previstos. A maior falta é de técnicos de emergência pré-hospitalar (menos 501), mas também há dificuldades em fixar médicos, com 26 das 49 vagas por preencher.

 

A nível financeiro, o INEM terminou 2024 com prejuízo pela primeira vez desde 2020. A despesa aumentou sobretudo devido aos custos com bombeiros e recursos humanos, sem que as receitas acompanhassem esse crescimento.

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