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Trump tinha razão? Joana Amaral Dias denuncia ligação entre paracetamol, vacinas e explosão de casos de autismo
Publicado em 24/09/2025 10:40
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Wikipédia (Fotos)

 

 

A polémica volta a rebentar em torno do autismo e da indústria farmacêutica. O ex-presidente norte-americano Donald Trump, tantas vezes ridicularizado por levantar suspeitas sobre vacinas e medicamentos, vê agora as suas declarações reavivadas por Joana Amaral Dias, psicóloga clínica e candidata à Presidência da República.

Num extenso texto partilhado nas redes, Amaral Dias acusa a “Big Pharma” de esconder riscos graves associados a fármacos consumidos massivamente por grávidas e crianças. Em causa está sobretudo o paracetamol — substância presente em marcas como Ben-u-Ron ou Tylenol — que, segundo a psicóloga, foi associado a maior risco de autismo e défice de atenção em grandes revisões científicas, incluindo uma análise de Harvard que envolveu 46 estudos e mais de 100 mil crianças.

A candidata sublinha ainda investigações do Mount Sinai e artigos no JAMA Psychiatry que usaram biomarcadores no cordão umbilical para demonstrar a relação entre exposição fetal ao paracetamol e alterações no neurodesenvolvimento.

Joana Amaral Dias vai mais longe e denuncia a “explosão” de diagnósticos de autismo: em Portugal, a prevalência terá passado de 1 em cada 1000 crianças no ano 2000 para 1 em cada 100 atualmente; nos EUA, fala em 1 em cada 30. “Não é apenas maior capacidade de diagnóstico — é um aumento real e preocupante”, afirma.

A psicóloga aponta ainda o dedo às vacinas, referindo o alumínio e o mercúrio usados como adjuvantes e reforçando que comunidades como os Amish, menos expostas a estes fatores, registam taxas de autismo muito mais baixas. “A América de Trump já os reconheceu como grupo de controlo natural”, escreveu.

Em tom de denúncia, compara a situação a outros escândalos da indústria farmacêutica, como a talidomida ou o Vioxx, e acusa médicos e meios de comunicação de “encobrir interesses milionários à custa da saúde das crianças”.

A comunidade científica, no entanto, mantém-se cautelosa: apesar das correlações observadas, as principais agências internacionais — da FDA ao CDC, passando pela EMA e pela OMS — reiteram que não existe prova de causalidade direta entre paracetamol ou vacinas e o autismo.

Ainda assim, a intervenção de Joana Amaral Dias agitou as águas em plena corrida presidencial portuguesa, recuperando uma bandeira que Donald Trump e Robert F. Kennedy Jr. já tinham levantado nos Estados Unidos: a de que é preciso “enfrentar os gigantes da Big Pharma” e exigir transparência absoluta sobre os riscos que as crianças correm.

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