O Núcleo de Estrangeiros e Controlo Fronteiriço (NECF) do Porto da Polícia de Segurança Pública (PSP) está em estado de alerta máximo. Em entrevista exclusiva ao Jornal de Notícias (JN), o comandante da unidade, Subintendente Costa Pereira, lançou o aviso: todos os dias chegam denúncias de alojamentos ilegais na área metropolitana, revelando uma crise habitacional e de imigração sem precedentes.A estrutura, que herdou importantes funções do extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) em junho do ano passado, tem agido de forma musculada. O Subintendente Costa Pereira revelou números chocantes: só em 2025, o NECF do Porto já sinalizou cerca de 53 alojamentos ilegais, verdadeiros "guizos" que abrigam, em condições inaceitáveis, cerca de mil cidadãos estrangeiros.
As Competências Reforçadas que Expõem o Problema
O NECF é o braço operacional da PSP na fiscalização de estrangeiros. Além de assegurar o controlo nas fronteiras aeroportuárias (uma das missões centrais da PSP na nova arquitetura do sistema), a sua principal competência em território é a fiscalização da permanência de cidadãos estrangeiros em território nacional.
"Herdámos várias funções do antigo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e, só em 2025, sinalizámos cerca de 53 alojamentos ilegais no Porto, ocupados, essencialmente, por mil cidadãos estrangeiros," afirmou Costa Pereira.
Esta atividade de fiscalização tem sido crucial para descobrir as situações de sobre-exploração e precariedade social que atingem a comunidade imigrante, conforme noticiado pelo JN em reportagens anteriores sobre as condições de vida no Porto. Desde edifícios do Estado em ruínas a imigrantes que pagam mais de 200 euros por mês por uma cama, as descobertas do NECF estão a expor a face mais dura da crise migratória na Invicta.
O Núcleo continuará a sua missão de combate à imigração ilegal e de fiscalização, esperando-se que estes números dramáticos continuem a aumentar à medida que as ações de controlo e investigação se intensificam.