Cerca de uma centena de enfermeiros reuniu-se esta sexta-feira em Lisboa, em frente ao Ministério da Saúde, para manifestar a sua profunda indignação contra o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) proposto pelo Governo, que classificam como um "inadmissível retrocesso" para a profissão.A mobilização, integrada na greve nacional convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), ecoou a principal crítica da classe: a proposta governamental visa uma "poupança à custa dos profissionais", ameaçando direitos laborais fundamentais e o futuro da carreira de enfermagem.

Segundo o sindicato, a versão do ACT apresentada pela tutela não só elimina direitos já consagrados como estabelece obstáculos à progressão na carreira e põe termo à jornada contínua como regime-padrão.

"Não vamos aceitar trabalhar mais para receber menos e ver a nossa vida familiar e pessoal ainda mais sacrificada", afirmou um representante sindical no local. O SEP defende que o executivo está a tentar impor um conjunto de regras que deterioram as condições de trabalho e a qualidade de vida dos enfermeiros, numa altura em que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) enfrenta graves problemas de retenção de profissionais.

O protesto junto ao Ministério da Saúde marca o pico da jornada de luta nacional e serve como um aviso claro ao Governo sobre a rejeição generalizada da proposta de ACT pela base profissional.