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Grande Paralisação na Função Pública Atinge o País hoje: Sindicatos Exigem Aumento Salarial e Alertam Governo
Publicado em 24/10/2025 08:00 • Atualizado 24/10/2025 08:32
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Fonte: Agência Lusa

A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública inicia hoje, à meia-noite, uma "grande greve" nacional, que promete afetar significativamente os serviços públicos em todo o país ao longo do dia de amanhã, sexta-feira. A paralisação abrange mais de 760 mil trabalhadores do Estado e foi convocada como resposta àquilo que os sindicatos consideram ser a degradação das condições de trabalho e o desinvestimento nos serviços públicos por parte do Governo.A expectativa é de uma forte adesão, com a paralisação a incluir professores e auxiliares de escolas, médicos, enfermeiros e auxiliares dos serviços de saúde, funcionários judiciais, inspetores do Fisco e trabalhadores dos transportes públicos.

Entre as principais reivindicações da Frente Comum estão o aumento dos salários — com uma exigência mínima de 15% ou 150 euros —, a valorização das carreiras e a defesa intransigente dos serviços públicos.

O coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, alertou, em declarações proferidas anteontem, que a adesão será massiva e que a greve "vai obrigar o Governo, se tiver bom senso, a perceber que está a comprar conflito social e que não vai parar". O dirigente previu o fecho de muitas escolas e fortes perturbações nos setores da saúde e justiça.

Além da Frente Comum, a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) também convocou uma greve para amanhã, sexta-feira, em protesto contra a alegada recusa da Ministra da Saúde em negociar a carreira médica.

Por seu lado, a CGTP, através do seu secretário-geral, Tiago Oliveira, avisou anteontem que, se o Governo não retirar o seu pacote de alterações à legislação laboral, a central sindical não descarta a convocação de uma greve geral. Tiago Oliveira junta-se hoje, à meia-noite, a trabalhadores no Hospital de São José, em Lisboa, e amanhã, ao meio-dia, no Hospital de São João, no Porto.

O Governo, por seu lado, já entregou a proposta do Orçamento do Estado para 2026, que prevê aumentos salariais na Função Pública de 56,58 euros, ou 2,15%, no próximo ano, montante que os sindicatos consideram insuficiente e que, segundo o coordenador da Frente Comum, apenas será alterado se o Governo modificar as suas "opções políticas" e retirar "borlas fiscais" às empresas.

A Frente Comum, que representa 29 sindicatos, rejeita ainda o pacote de reforma laboral e a criação de novas agências, como a da Gestão do Sistema Educativo, que considera ser o início de uma "terraplanagem dos serviços públicos".

 

 

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