Esquema em julgamento em Penafiel envolvia 11 arguidos que forjavam documentos para desviar fundos de contratos de leasing.
Um escândalo financeiro no valor de 17 milhões de euros está a ser julgado no Tribunal de Penafiel, colocando no banco dos réus um grupo de empresários e uma contabilista, acusados de orquestrar uma sofisticada burla a várias entidades bancárias. Os arguidos enfrentam acusações de associação criminosa, burla qualificada e branqueamento de capitais.
Segundo o Ministério Público, a figura central do esquema era uma analista de crédito e contabilista que, durante quatro anos, utilizou o seu conhecimento para arquitetar contratos de locação financeira (leasing). Estes contratos tinham como objetivo a aquisição de máquinas industriais que, na realidade, nunca existiram.
O processo judicial revela que o grupo de 11 pessoas e 8 empresas trabalhava em conjunto para dar uma aparência de legitimidade às transações. Os arguidos atuavam como falsos fornecedores, emitindo faturas e contratos de venda forjados para simular a produção e a entrega dos equipamentos.
Estes documentos falsos eram a chave para convencer os bancos a aprovar o financiamento sem exigir garantias reais. Assim que o dinheiro era transferido para a compra das máquinas fictícias, era imediatamente desviado para as contas dos arguidos, concluindo o ciclo de fraude e branqueamento de capitais.
O julgamento em curso visa apurar as responsabilidades pelo desvio destes 17 milhões de euros, um montante que sublinha a escala e o caráter organizado da burla contra o sistema financeiro.