A crise no acesso aos cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde (SNS) atingiu um novo pico nos primeiros seis meses do ano, com um aumento alarmante no número de utentes a aguardar por uma primeira consulta. Segundo dados recentes, a lista de espera cresceu 25% face ao período homólogo do ano passado, deixando perto de um milhão de portugueses em compasso de espera.O agravamento desta situação reflete os crescentes constrangimentos no sistema de saúde público. A subida abrupta sugere que, apesar dos esforços e do eventual aumento de consultas realizadas, a procura e o volume de novos pedidos superaram largamente a capacidade de resposta do SNS.

Especialistas e associações de utentes alertam que este aumento no tempo de espera tem consequências diretas na saúde dos cidadãos, podendo levar à deterioração do seu estado clínico e, em última instância, a uma sobrecarga dos serviços de urgência e internamento.

O problema é multifatorial, sendo frequentemente associado à carência de médicos de família – que é crucial para o encaminhamento atempado – e à dificuldade de retenção de profissionais de saúde em várias especialidades hospitalares.

Os dados colocam uma pressão adicional sobre o Governo e a tutela da Saúde para a implementação de medidas robustas e urgentes que permitam uma resposta mais eficaz e um acesso mais equitativo e rápido aos cuidados de saúde de que os cidadãos necessitam.