Portugal registou um aumento histórico e alarmante no número de Menores Estrangeiros Não Acompanhados (MENA) em 2024. De acordo com os dados mais recentes da Agência para a Integração, Migração e Asilo (AIMA), foram sinalizadas 204 crianças e jovens com menos de 18 anos que chegaram sozinhos ao país.Este número representa um crescimento de 151,9% em relação a 2023, quando tinham sido identificados 81 casos, superando pela primeira vez a marca dos 200 menores num único ano.

O Perfil da Chegada e as Origens

A maioria destes jovens migrantes é proveniente da Gâmbia (138), sendo seguidos por países como Senegal, Guiné-Conacri, Mali e Guiné-Bissau. A motivação central para esta perigosa viagem é a busca por melhores condições de vida e oportunidades que os seus países de origem não oferecem, sendo muitas vezes uma decisão tomada com o apoio e expetativa das próprias famílias.

Resposta Institucional e Desafios Futuros

Este aumento confirma Portugal como um destino emergente para jovens migrantes desacompanhados, o que levanta novos e sérios desafios para o sistema de acolhimento nacional.

A lei obriga a AIMA a comunicar cada pedido ao tribunal, garantindo que estes jovens recebam proteção legal e um acolhimento adequado. O processo envolve entrevistas individuais e, em casos de dúvida sobre a idade, a possibilidade de realizar exames periciais não invasivos.

Apesar de a afluência não abrandar — com cerca de 60 novos casos já reportados até ao final de outubro de 2025 — o país é confrontado com a urgência de fortalecer a sua capacidade de resposta humanitária e institucional para dar suporte a este grupo particularmente vulnerável.