A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) elevou o tom da sua contestação contra a Ryanair, solicitando a intervenção da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) e do Ministério Público (MP) para bloquear a nova política de cartões de embarque. A partir da próxima semana, a transportadora low-cost pretende impor o uso exclusivo de boarding passes digitais, uma medida que a DECO classifica como "abusiva".Em comunicado divulgado esta quarta-feira, a associação explicou o seu pedido, considerando injustificado obrigar os passageiros a instalar uma aplicação móvel e a renunciar à segurança dos documentos físicos. O recurso ao Ministério Público visa a abertura de uma ação judicial que proíba a companhia aérea de manter cláusulas que a DECO considera lesivas para os consumidores.
A preocupação da DECO reside no facto de esta imposição ser discriminatória, prejudicando sobretudo passageiros que não possuem smartphones ou que demonstram menor à-vontade com as plataformas digitais. A associação lembra que esta é mais uma tática da companhia que já implementou taxas elevadas para o check-in feito no aeroporto.
A nova regra da Ryanair, prevista para entrar em vigor a 12 de novembro, impede a aceitação de qualquer cartão de embarque em formato impresso. Para a DECO, esta decisão carece de "qualquer justificação técnica ou regulamentar", representando uma penalização desnecessária para os viajantes.