O antigo Primeiro-Ministro, José Sócrates, avançou com um novo requerimento junto do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), pedindo à juíza de instrução que ponha cobro ao que classificou como um "degradante espetáculo" de revelações e fugas de informação sobre os detalhes do seu processo.A defesa de Sócrates alega que a constante exposição mediática de excertos e pormenores do processo, muitas vezes descontextualizados ou retirados de peças processuais em segredo de justiça, tem violado o seu direito a uma defesa justa e a uma imagem pública íntegra, antes de qualquer decisão transitada em julgado.

O requerimento visa que o Tribunal adote medidas eficazes para evitar futuras fugas de informação, responsabilizando, se necessário, os intervenientes processuais que possam estar a quebrar o dever de sigilo. A estratégia processual de Sócrates tem-se focado, desde o início, em denunciar aquilo que considera ser uma "devassa" e uma "condenação antecipada" por via mediática, que distorce a perceção pública sobre as acusações que lhe são feitas.

Esta iniciativa surge num momento em que a fase de instrução criminal do processo se arrasta há anos e aguarda decisões finais sobre se o antigo governante será, ou não, levado a julgamento pelos crimes de que é acusado, incluindo corrupção e branqueamento de capitais.