O Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa foi obrigado a reagir com urgência, anunciando o início de obras imediatas, na sequência de uma polémica que se instalou nas redes sociais. O catalisador foi o escritor Pedro Chagas Freitas, que, ao partilhar uma imagem chocante de um corredor em visível degradação, desencadeou uma onda de indignação nacional.A fotografia, que mostra paredes a descascar, mofo e infiltrações, expõe um cenário que, segundo o escritor, é "impossível de aceitar", especialmente por ser percorrido por "crianças doentes" e utentes com o sistema imunológico fragilizado pelos tratamentos oncológicos.
"Estas paredes descascadas são uma tese completa, dizem mais sobre nós do que mil relatórios parlamentares. Um corredor onde passam crianças doentes deveria ser um templo clínico, jamais este epitáfio de azulejos a desfazerem-se," escreveu Pedro Chagas Freitas, num desabafo que rapidamente se tornou viral.
A Situação de Risco para os Doentes
A situação é particularmente grave no contexto hospitalar. A presença de mofo e humidade representa um risco elevado de infeções para os doentes oncológicos, cuja capacidade de defesa contra microrganismos está severamente comprometida pela quimioterapia e radioterapia.
Embora a administração do IPO tenha tentado desvalorizar a imagem, afirmando que se tratava de uma zona de passagem mais restrita, o clamor público centrou-se na insalubridade e na falta de dignidade das instalações. O problema de degradação estrutural do antigo edifício arrasta-se há vários anos, com o projeto de construção de um novo edifício de ambulatório a ficar sucessivamente adiado.
Obras de Requalificação em Curso
Perante a forte pressão mediática e social, o IPO de Lisboa anunciou o avanço de obras de requalificação nas áreas mais críticas. O objetivo imediato é eliminar os focos de insalubridade e garantir condições de segurança e higiene para todos os utentes e profissionais de saúde.
Fontes do instituto confirmam que a denúncia acelerou o processo de intervenção em áreas estruturais que necessitavam de manutenção urgente. As obras, que incluem reparação de infiltrações e pintura, são vistas como um passo essencial para mitigar os riscos a curto prazo, enquanto se aguarda uma solução definitiva para a modernização da instituição.
O escritor Pedro Chagas Freitas, numa publicação subsequente, já assinalou a rápida resposta, expressando satisfação, mas deixou um apelo: "Vamos esperar que sejam breves e eficazes. A bem de todos. É sempre isso o mais importante."