Entidades de doentes e sociedade científica pedem intervenção urgente do Governo e do SNS para garantir diagnóstico e tratamento mais rápidos e equitativos.
Sete associações de doentes oncológicos e a Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde uniram-se para enviar uma carta aberta contundente à direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e à Ministra da Saúde, Ana Paula Martins. O objetivo é claro: forçar o Governo a tornar o combate ao cancro uma prioridade nacional inadiável.
Os signatários não poupam críticas, alegando que o plano estratégico atual está a "falhar" perante a gravidade da situação. Os números são alarmantes: em 2022, Portugal registou mais de 69 mil novos casos e quase 34 mil mortes, o que se traduz em oito novos diagnósticos e quatro óbitos por hora.
As associações defendem uma reestruturação profunda da rede de cuidados, focada em garantir o acesso rápido e equitativo a exames, consultas e tratamentos para todos os cidadãos.
Cinco Áreas Chave: Na missiva, as entidades identificam cinco áreas prioritárias para melhorar a taxa de sobrevivência, incluindo uma forte aposta na prevenção (hábitos saudáveis e rastreios) e na equidade no acesso aos cuidados.
Voz Ativa: A Liga Portuguesa Contra o Cancro e a Europacolon, que assinam o documento, lamentam que as associações de doentes estejam a ser "desaproveitadas" e exigem a sua integração nos processos de decisão.
Alerta Financeiro e Geracional: A carta sublinha o subinvestimento crónico de Portugal em saúde, abaixo da média europeia, e alerta para um desafio crescente: o aumento de casos de cancro em pessoas jovens, o que exige uma adaptação urgente do sistema.
As entidades pedem agora uma audiência urgente com o Governo para discutir a implementação de um novo plano que consiga reverter o cenário e melhorar a resposta nacional à doença.