Governo avança com medidas para reorganizar o INEM, delegando o socorro e transporte de doentes nos parceiros e focando a emergência médica diferenciada em centros de saúde e hospitais.O Governo português recebeu e está a avançar com as propostas de uma Comissão Técnica Independente (CTI) para a "refundação" do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). O objetivo central é reformular a resposta pré-hospitalar para a tornar mais eficiente, transparente e capaz de dar resposta às falhas de gestão e assimetrias regionais.

Divisão de Tarefas: Quem Faz o Quê

A principal mudança reside na forma como o socorro e o transporte de doentes serão executados e geridos:

Socorro e Transporte (Base): O serviço de socorro e transporte de doentes em urgência será reforçado e continuará a ser garantido pelos Bombeiros e, potencialmente, por entidades privadas.

Formação Profissional: Estas entidades parceiras (Bombeiros e privados) passarão a ter a responsabilidade pela formação dos seus próprios profissionais que atuam no transporte de doentes, garantindo que cumprem os padrões de qualidade exigidos pelo sistema.

Assistência Médica Diferenciada: As equipas de emergência pré-hospitalar que prestam a assistência médica mais especializada (e que requerem recursos técnicos e humanos mais avançados) serão transferidas para viaturas sedeadas em centros de saúde e hospitais (Unidades Locais de Saúde - ULS). Esta medida visa integrar melhor os meios de socorro no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e aproximar os profissionais dos polos de saúde.

Central Única e Integração de Serviços

Outra peça fundamental da "refundação" é a criação de uma Central Única de Atendimento de Emergência, que resultará da fusão do CODU (responsável pelo número 112) e da Linha SNS24. A ideia é centralizar o atendimento e a triagem, permitindo uma resposta mais rápida e eficiente e garantindo que os meios de socorro mais adequados chegam ao local com a máxima brevidade.

Em suma, o Governo procura reorganizar o INEM, libertando a entidade da gestão da totalidade da frota de transporte e socorro e concentrando-se na coordenação de uma rede mais integrada e na assistência médica mais complexa, enquanto delega a operação de transporte de base nos parceiros de longa data e no setor privado.