O advogado de José Sócrates pediu a nulidade da primeira audiência do julgamento, prevista para 6 de janeiro, alegando um motivo insólito: dez anos após o início do processo, a defesa foi informada da existência de seis caixas com apensos que nunca foram digitalizados.
Segundo a defesa, tratam-se de supostas provas que o Ministério Público nunca disponibilizou ao arguido. José Sócrates sublinha que a própria juíza do caso, Susana Seca, que tem criticado alegadas “manobras dilatórias” do ex-primeiro-ministro, tinha conhecimento destes apensos desde setembro, mas só agora solicitou o transporte urgente para digitalização.
O novo advogado de Sócrates, José Preto, considera que a falta de acesso a estas provas prejudica o trabalho da defesa e compromete a igualdade de armas em relação ao Ministério Público. Por isso, defende que a primeira audiência deve ser anulada.
Recorde-se que José Preto, que substituiu Pedro Delille, já tinha pedido uma suspensão do julgamento por cinco meses e meio para analisar o processo, pedido que foi recusado. A juíza concedeu apenas 10 dias para a defesa se inteirar das provas e remarcou a primeira sessão para 6 de janeiro.
Fica agora em suspenso se a audiência irá efetivamente realizar-se nessa data.