A taxa de pobreza em Portugal caiu para o valor mais baixo desde que existem registos anuais, com mais de 100 mil pessoas a deixarem essa condição. Segundo o Público, os dados mais recentes do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento indicam que 15,4% da população vive com menos de 8.679 euros por ano — menos 1,2 pontos percentuais face ao período anterior. No total, 1,66 milhões de pessoas continuam abaixo deste limiar, embora se verifiquem melhorias significativas entre os idosos, beneficiados pelo aumento das pensões, e entre trabalhadores que recebem o salário mínimo.
Apesar do progresso, há sinais de preocupação que permanecem. As famílias com crianças continuam a enfrentar dificuldades acrescidas e os agregados monoparentais viram a sua situação agravar-se de forma expressiva: a taxa de pobreza subiu de 31% para 35,1%, levantando dúvidas sobre a eficácia dos atuais apoios sociais para este tipo de família.
A habitação é outro dos pontos críticos. Muitas pessoas, mesmo estando acima da linha oficial da pobreza, ficam em situação vulnerável devido aos custos elevados das rendas — uma realidade que os indicadores tradicionais não conseguem refletir.
No total, o risco de pobreza e exclusão social atinge 1,9 milhões de portugueses, o equivalente a 18,6% da população, revelando fragilidades que vão muito além do rendimento disponível.