Os gastos com defesa na União Europeia (UE) vão atingir este ano um recorde de 381 mil milhões de euros, segundo dados da Agência Europeia de Defesa (EDA). Em 2024, as despesas com armamento chegaram aos 343 mil milhões de euros, mais 19% do que em 2023, representando 1,9% do PIB europeu.
No ano passado, 25 Estados-membros aumentaram os seus investimentos em defesa, enquanto apenas dois países, Irlanda e Portugal, registaram uma ligeira redução. As despesas com pessoal militar ativo totalizaram 249 mil milhões de euros, e o investimento em investigação, desenvolvimento e aquisição de equipamentos de defesa somou 106 mil milhões, ou 31% do total.
Segundo Kaja Kallas, responsável pela política externa da UE e presidente da EDA, a Europa está a gastar “quantias recorde para garantir a segurança dos cidadãos” e planeia continuar a aumentar os investimentos, incluindo quase 130 mil milhões já aplicados este ano em novas armas.
A EDA lembra que os gastos militares europeus aumentaram desde a anexação da Crimeia em 2014 e aceleraram após a invasão russa da Ucrânia, em 2022. O plano da Comissão Europeia de mobilizar 800 mil milhões de euros para defesa nos próximos quatro anos deverá impulsionar ainda mais os investimentos.
Além disso, os países da NATO, incluindo 23 Estados-membros da UE, comprometeram-se a dedicar pelo menos 5% do PIB à segurança nos próximos dez anos, sendo 3,5% para despesas militares. Segundo André Denk, diretor da EDA, para atingir essa meta será necessário gastar mais de 630 mil milhões de euros por ano.