Um novo inquérito da Organização Mundial da Saúde (OMS) lança um holofote preocupante sobre a saúde mental dos profissionais de saúde em Portugal. Os dados, divulgados esta sexta-feira, revelam que médicos e enfermeiros portugueses registam a terceira taxa mais elevada de depressão e ansiedade em toda a Europa.

O estudo, que abrange vários países europeus, concluiu que o nível de sofrimento entre os trabalhadores de saúde é crítico. Na média europeia, um em cada três médicos e enfermeiros reportou sintomas de depressão, e o cenário agrava-se com a notificação de que um em cada 10 profissionais teve pensamentos suicidas passivos.

Em Portugal, onde o problema é especialmente agudo, o resultado choca e serve como um duro lembrete das pressões insustentáveis a que estes profissionais estão sujeitos. Especialistas e a própria OMS associam este desgaste mental a fatores como a exposição à violência, as constantes longas horas de trabalho, a imprevisibilidade dos turnos e o esgotamento (burnout).

As descobertas do inquérito vêm reforçar os apelos das ordens profissionais e sindicatos para a necessidade de um investimento urgente em ambientes de trabalho mais seguros e no reforço do apoio psicológico. A OMS recomenda a implementação de políticas de tolerância zero à violência e uma gestão mais justa e previsível das horas extraordinárias para salvaguardar o bem-estar dos profissionais que são o pilar dos sistemas de saúde.