Relatório Final do Grupo de Trabalho da Assembleia Municipal do Porto Aponta Falhas Graves na Gestão de Obras de Transporte PúblicoO Grupo de Trabalho para Acompanhamento de Investimentos de Transporte Público (GT-AITP) da Assembleia Municipal do Porto divulgou o seu relatório final, tecendo duras críticas à atuação da Metro do Porto. O documento acusa a empresa de ter comunicado publicamente prazos de conclusão de obras – nomeadamente as relativas ao metrobus – que eram "fisicamente, inexequíveis", criando "expectativas infundadas na população".
O relatório, consultado esta segunda-feira, sublinha que o não cumprimento de nenhum dos prazos anunciados pela Metro do Porto demonstra que os alertas prévios do GT-AITP eram válidos, lamentando que estes não tenham sido considerados, pelo menos a nível comunicacional. A Assembleia Municipal entende que esta falha colocou em causa a credibilidade dos projetos.
Além da questão dos prazos, o GT-AITP manifestou "preocupação" com a "descoordenação e desalinhamento" entre as entidades envolvidas no projeto do metrobus da Boavista (Metro do Porto, STCP e Câmara Municipal do Porto). Segundo o grupo de trabalho, foram detetadas "contradições" nas informações fornecidas pelas diversas entidades, o que resultou em "maiores transtornos" para os cidadãos e para o interesse público.
O documento critica ainda a Metro do Porto pela demora na resposta às questões levantadas pelo grupo de trabalho – muitas vezes apenas após insistência – e pelo facto de ter "desprezado completamente" um parecer do GT sobre as obras da segunda fase do metrobus, parecer esse que a própria empresa tinha solicitado.
Apesar das críticas, o GT-AITP registou que algumas das suas sugestões, nomeadamente para mitigar o impacto das empreitadas na cidade, foram implementadas, ainda que sem reconhecimento público dos responsáveis.
Criado em fevereiro de 2024, o grupo de trabalho, que reuniu 18 vezes, recomenda agora a manutenção da sua atividade no próximo mandato autárquico. O fundamento desta recomendação é simples: nenhuma das empreitadas analisadas ao longo dos 18 meses está concluída e, mais importante, perspetivam-se novos e grandes projetos de investimento, como a linha de alta velocidade e as novas linhas de metro, que deverão ser acompanhados desde a sua conceção.