Um novo relatório explosivo do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH) revela que as alterações nas políticas de moderação de conteúdo da Meta tiveram um efeito alarmante no alcance de material extremista no Instagram. O estudo indica que, num período de seis meses, as visualizações de publicações de ódio, incluindo conteúdos antissemitas e racistas, dispararam, passando de 220 milhões para impressionantes 826 milhões — um aumento de quase quatro vezes.O relatório, intitulado "Ódio à venda", acusa a plataforma de media social de atuar como um catalisador para uma "economia digital de ódio". Apesar de estas publicações violarem claramente as regras de discurso de ódio da Meta, o CCDH descobriu que os algoritmos do Instagram as recomendam ativamente aos utilizadores, resultando num total acumulado de 1,5 mil milhões de visualizações para as contas examinadas.
O aumento drástico nas visualizações em seis das 11 contas observadas demonstra que a decisão da Meta de reduzir a moderação e a deteção automática "teve um efeito turbo na visibilidade de conteúdo de ódio no Instagram", segundo o documento.
Mercadorias de Ódio e Lucro
A investigação também lança luz sobre a ligação entre o conteúdo de ódio e o comércio eletrónico. A ONG destaca que a rede social não só promove discursos de ódio, mas também direciona utilizadores para plataformas de comércio eletrónico que vendem ativamente produtos extremistas.
Exemplos de mercadorias promovidas incluem vestuário com simbologia nazi, slogans racistas e mensagens que incitam à violência ou à segregação. O CCDH alerta que esta sinergia está a tornar o ódio "cada vez mais lucrativo". Apenas uma das contas analisadas alegou ter processado 30.000 encomendas, o que sugere um volume de negócios de quase 840 mil dólares.
O Centro de Combate ao Ódio Digital exige que tanto as plataformas de redes sociais quanto os sítios de comércio eletrónico interrompam imediatamente os serviços que permitem "transformar o ódio em lucro".