O diretor-executivo do SNS, Álvaro Almeida, afirmou que a falta de médicos de família é um problema antigo e estrutural, que não surgiu nos últimos anos, defendendo que é necessário encontrar novas soluções para responder às necessidades da população, que não passem apenas pelo aumento do número de especialistas em Medicina Geral e Familiar.

As declarações foram feitas durante uma visita à Unidade Local de Saúde (ULS) da Póvoa de Varzim/Vila do Conde, onde Álvaro Almeida acompanhou a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, no âmbito de um conjunto de visitas preparatórias do Serviço Nacional de Saúde para o período de Inverno.

Segundo o responsável, o número de utentes com médico de família até aumentou no SNS, mas o crescimento acelerado do número de inscritos ultrapassou a capacidade de resposta do sistema. Para Álvaro Almeida, não se trata de um problema de falta de atratividade do SNS, mas sim de um forte aumento da procura que não está a ser acompanhado pela oferta.

O diretor-executivo sublinhou ainda que esta realidade não é exclusiva de Portugal e que afeta vários países europeus, associando o fenómeno ao envelhecimento da população e ao aumento das migrações, fatores que têm pressionado os sistemas de saúde.

Álvaro Almeida concluiu que a escassez de profissionais de saúde é um desafio transversal aos sistemas de saúde europeus, e não apenas do SNS português.