Em entrevista ao Público, o general José Nunes da Fonseca alertou para a falta de defesas antiaéreas eficazes a médias e altas altitudes, admitindo que o país está vulnerável neste domínio, tal como acontece com a maioria dos países da NATO e com a própria Ucrânia.
O oficial explicou que, nas próximas duas décadas, serão necessários cerca de 67 mil milhões de euros apenas para equipamento militar, o que corresponde a um investimento médio anual de 3.500 milhões de euros. A atual Lei de Programação Militar cobre apenas cerca de metade das necessidades reais das Forças Armadas.
Atualmente, Portugal tem cerca de 800 militares em missões no estrangeiro, número que pode ultrapassar os 1.200 em determinados períodos. Ao longo deste ano, mais de três mil militares portugueses passaram por teatros de operações externos.
O general defendeu ainda o regresso da educação para a Defesa nos programas escolares e considerou essencial reforçar nos jovens o sentido do dever de defender o país, num contexto em que se discute a eventual reintrodução do serviço militar obrigatório.
Entretanto, o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, anunciou que Portugal vai apostar na aquisição de fragatas, reforço da artilharia, produção de munições, drones, satélites e sistemas antiaéreos, no âmbito da candidatura ao programa europeu SAFE, que prevê um apoio de 5,8 mil milhões de euros em empréstimos para a área da Defesa.
Fonte: Lusa